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DIA DAS MÃES: Demasiadamente humanas, por Elizângela Sousa

"Os domingos que antes eram mágicos, passaram a ser trágicos e hoje estão nostálgicos. Naquele dia de domingo eu desejei muito não ser mãe", relata a jornalista ao se referir a filha Débora.

DIA DAS MÃES: Demasiadamente humanas, por Elizângela Sousa

Demasiadamente Humanas
É instigante pensar em escrever sobre a condição de mãe e pensar em tantas pessoas com a mesma complexidade existencial.
Me peguei assim hoje de madrugada…
Um desejo de ser mãe tão grande!
Vontade de deitar rodeada por minhas crias e colocar uma a uma sobre mim como eu fazia antes.
Ler para elas o ” Pavão Misterioso” em cordel e depois cantar com todos a música do cantor Ednardo que tem o mesmo nome.
Nem preciso fechar os olhos para ver e ouvir em uníssono: – Pavão misterioso! Pássaro formoso!
Um querer estar contando a estória do “Príncipe Lagartão” e outras lendas de Câmara Cascudo para meus filhos; Sentindo os olhos deles mergulhados naquele ambiente de amor que nos dominava em instante mágico.
Hoje, meu desejo de ser mãe está maior.
Houve um dia de eu não querer ser mãe.
Eu não imaginava, nem em meus piores pesadelos, atender o telefone na manhã de um dia de domingo e ouvir que minha Debinha morreu.
Os domingos que antes eram mágicos, passaram a ser trágicos e hoje estão nostálgicos.
Naquele dia de domingo eu desejei muito não ser mãe.
Porque eu não conseguia sair de mim, e não conseguia um meio de não sentir tamanha dor.
Tanta angústia, tanto desespero.
Só naquele momento rude percebi que algo une todas a mães na mesma condição sempre. E é maior que todas nós.
Doía tudo e eu estava de alma esfacelada. Eu sangrava mas não via escorrer carmim.
Eu me olhava no espelho e não me reconhecia.
Eu chorava, mas a dor não passava.
Passei muitos dias sem querer ser mãe.
Mas depois, percebi que a condição de ser mãe é que nos traz todos os sentimentos que conceituam o ser mais incrível do mundo.
Esse sentimento materno evolui com a evolução do próprio homem.
É a mola do mundo e da transformação.
Sei porque me reinventei inteira para continuar vivendo nesses termos: uma filha em espírito e três comigo.
Não posso arrancar de mim a minha essência materna.
Nenhuma de nós pode.
Somos mães porque amamos e protegemos incondicionalmente.
Somos mães e entendemos umas as outras mesmo nossos filhos sendo inimigos.
Somos mães e entendemos nossas dores.
Porque somos mães.
Hoje estou com gana de abraçar minha Debinha.
De pegar no colo, de voltar no tempo.
Hoje eu quero ser mais mãe.
Não posso mudar a minha condição de mãe. Pode até ser piegas, repetitivo, romântico demais:
Mas, mãe é MÃE e ponto. É a nossa essência e nossa condição humana.

Tenham todos um excelente domingo de Mães!
Elisangela Sousa
Professora, jornalista, advogada e sobretudo Mãe.
08 de maio de 2021.

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