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Educação

A cultura do imediatismo na era da desinformação científica

O perigo da desinformação em uma era cibernética é eminente, no entanto, é importante ficar curioso e atento para poder adentrar nas verdades de fato.

A cultura do imediatismo na era da desinformação científica

Na contemporaneidade cibernética, cresce de forma significativa, movimentos que contestam a esfericidade da terra, antivacinas e outros que criam simultaneamente teorias da conspiração com o único objetivo de desestabilizar as bases já formadas pelo conhecimento científico.

O pior é que algumas dessas teorias são facilmente aceitas porque demostram de forma simples, prática e algumas vezes lógica, a formação do mundo e das coisas existentes. Já o conhecimento cientifico é muito mais complexo, requer tempo, atenção, compreensão, exatidão e muito estudo. Algo que hoje em dia, muita gente encontra-se totalmente indisposta.

Na cultura do imediatismo não existe vez para para a reflexão, tudo pode se passar como verdade. Os textos precisam ser curtos e os vídeos não podem ultrapassar mais que 30 segundos. CONTINUE LENDO ABAIXO O ARTIGO;

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O filósofo Umberto Eco, diz que a internet deu voz a imbecis. Indivíduos que antes apenas disseminavam suas teorias na mesa de um bar, hoje tem o mesmo espaço de fala que o ganhador do Prêmio Nobel. Por meio de belos discursos e um ótimo poder de persuasão, podem convencer qualquer cabeça desinformada. Hodiernamente os propagadores da desinformação ganham força e fã clube, conseguem eleger políticos e entrar nas mais variadas classes sociais.

Segundo os historiadores, o período que mais houve obstrução cientifica foi na Idade Média, onde as doenças passaram a ser consequência do pecado e a cura para elas poderiam ser com jejum, oração e penitência.

As pesquisas científicas ficaram bastantes restritas até boa parte da Idade Moderna, algumas descobertas ficaram várias vezes cobertas e alguns pesquisadores tinham medo de divulgar para não serem condenados por Heresia, Blasfêmia, violação ao corpo sagrado, como Lucilio Vanini († 1618), Giordano Bruno ( † 1600) e Galileu Galilei (†1647). A estimativa de vida nessa época não chegava aos 30 anos.

Muito antes na Grécia, o filósofo Hipócrates (460 a.C – 377 a.C) considerado o pai da medicina atestava que as doenças não vinham por intermédio divino. O filósofo foi o primeiro a rejeitar a superstição e concentra-se em buscar na natureza as causas e a solução.

No período medieval surgiram pandemias que duraram séculos impossíveis de deter, como, por exemplo a chamada Peste Antonina, um surto de varíola que se espalhou no Império Romano a partir do ano 165. Outro surto foi o de peste-negra e peste bubônica que se estendeu de 1347 a 1353 e resultou na morte de até 50 milhões de pessoas.

Os Médicos da Peste” se vestiam com uma bata coberta de cera e usavam uma máscara com um bico avantajado cheio de ervas por dentro para evitar a infecção e por vezes o mal cheiro dos corpos espalhados pela cidade.

Somente após o Iluminismo, os avanços científicos e tecnológicos puderam sanar doenças que anteriormente não tinham cura. Como é o exemplo do vírus da varíola (Orthopoxvirus variolae), muito mais letal que o coronavírus ou qualquer outra doença já existente. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), ela se destaca por ser a mais devastadora de toda a história.

Mas, graças ao cientista inglês Edward Jenner (1749-1823), que criou um processo a partir de um vírus semelhante à varíola encontrado nas vacas, sendo capaz de imunizar as pessoas contra essa doença. Por consequência, esse processo recebeu o nome de vacina, pois faz referência à vaca.

Dr. Jenner realizando sua primeira vacinação em James Phipps , um menino de 8 anos de idade. 14 de maio de 1796 Edward Jenner – https://pt.qaz.wiki/wiki/Edward_Jenner

O resultado da vacinação contra a varíola foi a extinção da doença na década de 80. A vacina que outrora causava tanto temor nas pessoas tornara-se aliada infalível contra as endemias.

No século XX, a ciência foi mais além. O homem não só conseguiu ir à lua como também conseguiu transplantar o órgão de um indivíduo para outro. Em nossa contemporaneidade, o desenvolvimento econômico e social de uma nação está correlacionado inteiramente com o seus avanços científicos e tecnológicos.

Atualmente a média de expectativa de vida é de 80 anos. Com isso, fica evidente na história que em todo momento que o conhecimento científico foi obstruído as consequências foram desastrosas. Por isso, um país que corre risco de ter Universidades fechadas é uma nação que pode ser devastada, tanto economicamente quanto humanamente.

Portanto, o investimento científico torna-se imprescindível para uma nação em desenvolvimento, tanto para o fator humano quanto para o tecnológico. Mas, além disso, é importante confiar no caminho mais seguro possível, deixando de lado crenças infundadas e informações fragmentadas, que possam levar interpretações dúbias e incônscias.

Matéria: Willy Santos/colaborador do Blog Minuto Barra

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