Barra do Corda/MA, 26 de abril de 2024
×
Barra do Corda/MA, 26 de abril de 2024

Publicidade

Política

Elizeu Freitas: O político que criou o chamado Espírito de Vingança nas eleições em Barra do Corda

Elizeu Freitas praticou a primeira vingança nas eleições do ano 2000, quando revoltado, rompeu com Nenzin e ajudou a eleger Avelar Sampaio prefeito de Barra do Corda. Depois daquele ano, o eleitorado passou a usar a vingança contra políticos.

Elizeu Freitas: O político que criou o chamado Espírito de Vingança nas eleições em Barra do Corda

As eleições de 2020 mostrou um cenário completamente diferente daquilo que ocorreu nas eleições de 2018 em Barra do Corda.

O Blog Minuto Barra sempre destacou que, o resultado de um pleito eleitoral em Barra do Corda não pode jamais servir como sinal positivo para a eleição seguinte.

O eleitorado barracordense possui uma peculiaridade que talvez, seja única no Maranhão; observador demais. CONTINUE LENDO ABAIXO A MATÉRIA;

Publicidade

Dependendo de como se comporta aquele que se encontra no poder local, no caso a prefeitura, o eleitor de Barra do Corda estuda, sonda e toma sua decisão, nem que ela seja impulsiva. Para o eleitor, pouco importa o que virá pela frente; gestão de sucesso ou desastrosa. Ocorre que, em meio a este comportamento do eleitorado em Barra do Corda, eles usam um remédio nada agradável para os líderes políticos; A VIGANÇA NAS URNAS.

Mesmo cassado pela Câmara Municipal no final de 1995, Elizeu Freitas era a maior liderança política de Barra do Corda. Elizeu lança Nenzin candidato a prefeito, porém Nenzin não conseguia decolar nas pesquisas sem avançar além dos 8% na preferência do eleitorado. Darci Terceiro e Marcos Pacheco passaram a ser os preferidos na pré-campanha. Estrategista, Elizeu foi a São Luís e pediu socorro a então governadora Roseana Sarney, detentora à época, de uma grande aceitação popular em Barra do Corda. Ela veio na cidade, colocou o primeiro km de asfalto em algumas ruas do bairro trisidela, participou de um grande comício em favor de Nenzin e a pesquisa mostrava que 20% do eleitorado de Elizeu votaria em quem ele apontasse. Com isso, Nenzin sendo carregado nos braços por Elizeu e Roseana, saltou de 8% para mais de 50% e venceu a favorita Darci Terceiro.

Porém, o primeiro e gravíssimo erro cometido por Nenzin, foi em abandonar Elizeu Freitas, o seu padrinho político. Mesmo cassado pela Câmara Municipal no final de 1995, Elizeu era a maior liderança política de Barra do Corda naquele período. Focado em mudar a cara da cidade, Nenzin realizou entre 1997 a 2000 uma gestão voltada ao trabalho, porém, não aliou o trabalho com o bom relacionamento com as lideranças políticas locais e com isso, uma rejeição ameaçadora começou a surgir no ano de 1999.

Do nada, surge Avelar Sampaio como pré-candidato da oposição contra o então prefeito Nenzin que em 2000 buscava sua reeleição.

Tudo indica que o fabricante do espírito de vingança em Barra do Corda foi o ex-prefeito Elizeu Freitas, quando decidiu nas eleições de 2000 se vingar de Nenzin.

Para demonstrar ao então prefeito Nenzin de que ele só chegou ao poder em 1997 graças ao seu esforço, Elizeu Freitas contraria a todos e declara apoio a Avelar Sampaio. Em um comício na rodoviária, Elizeu disse; “mostrarei ao Nenzin nesta eleição, quem colocou ele no poder há quatros anos e para que ele saiba que traição não existe perdão”.

Elizeu passou a percorrer todos os bairros e povoados levando apoio a Avelar Sampaio que acabou vencendo Nenzin com uma diferença de 1.985 votos.

Avelar assume o poder, pratica o mesmo erro político que Nenzin fez ao abandonar Elizeu, se alia a uma turma e o resultado de sua gestão foi tão desastroso a ponto de Avelar não ter condições de disputar a reeleição em 2004.

Nenzin e Elizeu se reconciliam em 2004, passou a contar com o apoio do então deputado Tatá Milhomem, o povo sentiu saudades do governo de Nenzin, e ele retorna ao poder com uma votação esmagadora. Porém, tendo no palanque os mesmos que lhe ajudaram a chegar ao poder em 1996, e contanto claro, com o filho Rigo Teles que já era deputado estadual e com grande influência no governo de Zé Reinaldo.

Nenzin reassume o poder reinventado. Passou a valorizar as lideranças políticas da cidade e do interior e, mesmo com seu jeito fechado, Nenzin passou a oferecer simpatia ao povo. Como diz uma liderança política local; “Nenzin se reinventou e encontrou o jeito dele de ser carinhoso”.

Ocorre que, a mudança no comportamento de Nenzin só poderia trazer bons resultados, se fosse acompanhada por uma mudança também no comportamento de dona Santinha. Observadora, dona Santinha muda o seu modo de tratar com as pessoas e se torna a maior assistencialista da história de Barra do Corda. O que Nenzin decidia fazer, dona Santinha não mais atrapalhava e aquilo que dona Santinha decidia fazer em favor dos mais necessitados, ela tinha total liberdade por parte do marido.

Resultado; Nenzin consegue em 2008 ser o primeiro prefeito reeleito na história de Barra do Corda reunindo em seu palanque as maiores lideranças de Barra do Corda. E com sabor que ele queria desfrutar; derrotar nas urnas quem lhe derrotou em 2000, Avelar Sampaio.

É inegável que foi entre 2005 até 2012 que Nenzin transformou o município de Barra do Corda em um verdadeiro canteiros de obras.

Após reeleito em 2008, Nenzin parte para as eleições de 2010 e conseguir entregar ao seu filho Rigo Teles quase 15 mil votos para deputado estadual e mais de 10 mil para seu federal Luciano Moreira, a maior votação recebida por um candidato a federal de fora.

Dois anos depois, em 2012, Nenzin e todo o seu grupo amarga uma dura derrota nas urnas. A partir das eleições 2010, Nenzin passou a perder o apoio das lideranças políticas, onde seu comportamento de grande líder passou a sofrer influências por parte de membros da sua família.

O preço foi muito alto e Nenzin foi quem mais sentiu na pele perder a eleição em 2012, mesmo tendo quase 70% de aprovação o seu governo. O que provocou aquela derrota? A falta do bom trato político e os aconselhamentos errados por parte de alguns que não sabiam seguir os conselhos do grande líder.

Eric Costa chega ao poder em 2013 como o messias enviado por Deus, assim, a maioria esmagadora imaginava.

Nos dois primeiros anos de governo, o então prefeito Eric Costa procurou se relacionar bem com a classe política e trouxe algo que a população queria sentir em seu prefeito; o carinho.

Por pouco Eric Costa não se tornou imbatível em Barra do Corda, pelo fato dele possuir um jeito mais simpático, Eric não quis aliar tal simpatia com o trabalho. Se ele alia as duas coisas, o seu reinado perduraria por décadas e acabou se tornando o prefeito com a maior rejeição popular da história, beirando 80% ao sair do mandato.

Assim como Nenzin foi reeleito prefeito, Eric Costa foi também. Assim como Nenzin elegeu um deputado estadual dentro de casa(no caso Rigo Teles), Eric Costa conseguiu também(eleger Fernando Pessoa, apesar que o mérito foi de Fernando, mesmo tendo contato com o apoio da prefeitura), já que Eric em 2018 amargava uma forte rejeição popular.

Nas eleições de 2020 chega a vez de Eric Costa amargar o espírito de vingança por parte da população. Eric tentou apontar vários candidatos para lhe suceder na prefeitura, porém, a sua rejeição impossibilitava qualquer possibilidade de vitória.

A oposição se une e aponta Rigo Teles como candidato a prefeito, principal rival de Eric Costa, com isso, surge a oportunidade que o povo tanta esperava; se vingar de Eric Costa através do político que ele mais odiava; Rigo Teles.

Em Barra do Corda o eleitor pensa da seguinte forma; a vingança só tem sabor se a gente usar o inimigo do outro para lhe derrotar nas urnas.

Assim é Barra do Corda!

 

 

Faça um comentário

Continue lendo...